"A fé em Deus nos faz crer no incrível, ver o invisível e realizar o impossível."

quinta-feira, 22 de março de 2012

Mosteiro da Luz!

O Mosteiro da Luz foi construído e fundado em 1774 por Frei Antônio de Sant'Anna Galvão, mais conhecido como Frei Galvão, que foi canonizado pelo Papa Bento XVI durante sua visita ao Brasil em maio de 2007, passando a ser o primeiro santo nascido no País.
Considerada a mais importante construção arquitetônica colonial do século XVIII em São Paulo, sua importância é tanta que já foi declarado “Patrimônio Cultural da Humanidade” pela Unesco.
O prédio também é o lugar de recolhimento das Irmãs Concepcionistas que ainda hoje dedicam seus dias à oração e ao trabalho e vivem em clausura. São elas as responsáveis por confeccionar as famosas pílulas milagrosas do Frei Galvão. O “santo remédio” é distribuído das 9h às 17h na igreja arquitetada e construída com ajuda do próprio frei. Missas são celebradas todos os dias (veja os horários abaixo).
Lá também está localizado o Museu de Arte Sacra de São Paulo, onde fica um dos mais representativos acervos do patrimônio sacro brasileiro. Foi Dom Duarte Leopoldo, o primeiro arcebispo de São Paulo, que no início do século XX reuniu e organizou as obras que mais tarde deram origem ao museu.
Quem entra no prédio, localizado no centro da cidade, próximo à estação da Luz e em frente à Pinacoteca, logo é tomado pela atmosfera espiritual do lugar. O silêncio só é quebrado pela voz dos monitores que explicam sobre as 800 peças em exposição, entre as quatro mil vindas das principais igrejas e das mais peculiares capelas do Estado de São Paulo e do Brasil.
As relíquias da arte barroca, que datam do século XVI até os dias atuais, são pratarias e ourivesaria religiosas, pintura, mobiliário, retábulos, altares, vestimentas sacras e livros litúrgicos raros. A coleção de lampadários só é menor que a dos Museus Vaticanos e também há uma rica coleção de ícones russos.
Além da beleza e do mistério que envolve cada peça, pois os autores buscavam principalmente o culto do divino, o lugar ensina muito sobre a história do catolicismo no País. Antonio Francisco Lisboa, o "Aleijadinho" (1730-1814), deixou sua marca por lá. Frei Agostinho da Piedade (1580-1661), Frei Agostinho de Jesus (1600 ou 1610-1661), Manuel da Costa Athayde (1762-1830) e Padre Jesuíno do Monte Carmelo (1764-1819), entre tantos outros artistas, também têm seu espaço no conjunto. Há ainda telas de Benedito Calixto e Anita Malfatti.
Outros dois acervos importantes ficam expostos no local. O esplêndido Museu dos Presépios é uma atração à parte, pois abriga 190 singulares conjuntos presepistas, originários de diversos países e regiões do Brasil e produzidos em técnicas diferenciadas. Ele mostra desde o extenso Presépio Napolitano, com 1,5 mil peças, até uma das últimas montagens do tipo. Outro destaque é a Coleção de Numismática composta por nove mil peças, entre elas moedas do período colonial e medalhas pontifícias.
Serviço:
Mosteiro da Luz
Avenida Tiradentes, 676 - Luz (Metrô São Bento)
Tel.: (11) 3311-8745
Horário: 8h30 às 11h e 14h30 às 16h30. Missas: segunda a sexta, às 7h; sábado, às 8h e às 16h; e domingo, às 8h, 10h30 e 16h
Museu de Arte Sacra de São Paulo
Avenida Tiradentes, 676 - Luz (Metrô Tiradentes)
Tel.: (11) 5627-5393
Horário: de terça a domingo, das 10h às 18h (bilheteria até as 17h30)
Preço: R$ 6 (meia-entrada para estudantes; grátis para idosos, crianças até sete anos e aos sábados. Estacionamento gratuito no Museu, na Rua Jorge Miranda, nº 43)

quarta-feira, 21 de março de 2012

Frei Galvão!

1º Santo brasileiro!

Santo Antônio de Sant'Ana Galvão, OFM, mais conhecido como Frei Galvão (Guaratinguetá, 1739 — São Paulo, 23 de dezembro de 1822) foi um frade católico e primeiro santo nascido no Brasil. Foi canonizado pelo papa Bento XVI durante sua visita ao Brasil (São Paulo) em 11 de maio de 2007.

Biografia
O pai, Antônio Galvão de França, nascido em Portugal, era o capitão-mor da vila. Sua mãe, Isabel Leite de Barros, era filha de fazendeiros, bisneta do famoso bandeirante Fernão Dias Pais, o "caçador de esmeraldas".
Antônio viveu com seus irmãos numa casa grande e rica, pois seus pais gozavam de prestígio social e influência política. O pai, querendo dar uma formação humana e cultural segundo suas possibilidades econômicas, mandou o filho com a idade de treze anos para o Colégio de Belém, dos padres jesuítas, na Bahia, onde já se encontrava seu irmão José.
Lá fez grandes progressos nos estudos e na prática cristã, de 1752 a 1756. Queria tornar-se jesuíta, mas por causa da perseguição movida contra a Ordem pelo Marquês de Pombal, seu pai o aconselhou a entrar para os franciscanos, que tinham um convento em Taubaté, não muito longe de Guaratinguetá. Assim, renunciou a um futuro promissor e influente na sociedade de então, e aos 16 anos, entrou para o noviciado na Vila de Macacu, no Rio de Janeiro.
Estátua do frade em sua cidade natal, GuaratinguetáA 16 de abril de 1761 fez seus votos solenes. Um ano após foi admitido à ordenação sacerdotal, pois julgaram seus estudos suficientes.
Foi então mandado para o Convento de São Francisco em São Paulo a fim de aperfeiçoar os seus estudos de filosofia e teologia, e exercitar-se no apostolado. Data dessa época a sua "entrega a Maria", como seu "filho e escravo perpétuo", consagração mariana assinada com seu próprio sangue a 9 de março de 1766.
Terminados os estudos foi nomeado Pregador, Confessor dos Leigos e Porteiro do Convento, cargo este considerado de muita importância, pela comunicação com as pessoas e o grande apostolado resultante. Em 1769-70 foi designado confessor de um Recolhimento de piedosas mulheres, as "Recolhidas de Santa Teresa", em São Paulo. 

Fundação de Novo Recolhimento

Neste Recolhimento encontrou Irmã Helena Maria do Espírito Santo, religiosa que afirmava ter visões pelas quais Jesus lhe pedia para fundar um novo Recolhimento. Frei Galvão, ouvindo também o parecer de outras pessoas, considerou válidas essas visões. No dia 2 de fevereiro de 1774 foi oficialmente fundado o novo Recolhimento e Frei Galvão era o seu fundador.
Em 23 de fevereiro de 1775, um ano após a fundação, Madre Helena morreu repentinamente. Frei Galvão tornou-se o único sustentáculo das Recolhidas. Enquanto isso, o novo capitão-general da capitania de São Paulo retirou a permissão e ordenou o fechamento do Recolhimento. Fazia isso para opor-se ao seu predecessor, que havia promovido a fundação. Frei Galvão foi obrigado a aceitar e também as recolhidas obedeceram, mas não deixaram a casa e resistiram. Depois de um mês, graças a pressão do povo e do Bispo, o recolhimento foi aberto.
Devido ao grande número de vocações, viu-se obrigado a aumentar o recolhimento. Durante catorze anos cuidou dessa nova construção (1774-1788) e outros catorze para a construção da igreja (1788-1802), inaugurada aos 15 de agosto de 1802. Frei Galvão foi arquiteto, mestre de obras e até mesmo pedreiro. A obra, hoje o Mosteiro da Luz, foi declarada "Patrimônio Cultural da Humanidade" pela UNESCO.
Frei Galvão, além da construção e dos encargos especiais dentro e fora da Ordem Franciscana, deu toda a atenção e o melhor de suas forças à formação das Recolhidas. Era para elas verdadeiro pai e mestre. Para elas escreveu um estatuto, excelente guia de disciplina religiosa. Esse é o principal escrito de Frei Galvão, e que melhor manifesta a sua personalidade.
Em várias ocasiões as exigências da sua Ordem Religiosa pediam que se mudasse para outro lugar para realizar outras funções, mas tanto o povo e as Recolhidas, como o bispo, e mesmo a Câmara Municipal de São Paulo intervieram para que ele não saísse da cidade. Diz uma carta do "Senado da Câmara de São Paulo" ao Provincial (superior) de Frei Galvão: "Este homem tão necessário às religiosas da Luz, é preciosíssimo a toda esta Cidade e Vilas da Capitania de São Paulo, é homem religiosíssimo e de prudente conselho; todos acorrem a pedir-lho; é homem da paz e da caridade".
Frei Galvão viajava constantemente pela capitania de São Paulo, pregando e atendendo as pessoas. Fazia todos esses trajetos sempre a pé, não usava cavalos nem a liteira levada por escravos. Vilas distantes sessenta quilômetros ou mais, municípios do litoral, ou mesmo viajando para o Rio de Janeiro, enfim, não havia obstáculos para o seu zelo apostólico. Por onde passava as multidões acorriam. Ele era alto e forte, de trato muito amável, recebendo a todos com grande caridade. 



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